segunda-feira, 9 de maio de 2016

Ventania

*por Maria ElviraTavares Costa



Por aqui, tem ventado, Vento de tempestade...
Levantando saias e telhados.
Desmanchando cabelos
E acordos mal arranjados.
Venta, sopra, serpenteia.
Redemoinha, redemoinha, redemoinha...
Bate portas e janelas, Assusta empresas e assessores... E derruba coisas que se imaginavam Para sempre de pé.
Venta, sopra, serpenteia.
Redemoinha, redemoinha, redemoinha...
Vai virando correria.
Muita gente, no sem rumo, Procurando as coisas
Para tentar por no lugar...
Difícil é saber se, depois do vento passado,
Ainda haverá o lugar certo das coisas
Ou, até mesmo,
Se haverá coisas para se por nesse lugar...
Venta, sopra, serpenteia.
Redemoinha, redemoinha, redemoinha... E a gente só observando, em torcida organizada, que é pro vento continuar!
Vento, vento, ventania... Que papai chamava pelo assovio, Para as telhas cruas secar. Ah, meu pai poderoso, a quem Até o vento obedecia!
Conhecia assovio de chamar saci... E, logo, a poeira ventava, Girando, girando, redemoinhando...
(Mas, o moleque, mesmo, eu nunca vi!)
Ah, esse Vento...
Que saudade grande me trouxe...
Que esperança de vida nova!
Assovia, Pai, assovia!
Ajuda esse vento a ventar!
Venta vento, ventania!

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