segunda-feira, 8 de março de 2010

Mulheres Normais

Por Ana Raquel

A idéia desse blog surgiu em um sábado de manhã, enquanto eu e a Lis Bravin estávamos trabalhando na cobertura da Assembleia do Sicoob. Enquanto no palco a equipe do banco mostrava números e mais números e nossos amigos cinegrafistas e fotógrafos estavam pra lá e pra cá fazendo seu trabalho, estávamos aguardando nossa hora de entrarmos em cena e, como típicas representantes do belo sexo, conversando.

Sobre tudo: os quarenta minutos que a Lis gasta toda noite pra passar seus creminhos e fazer suas massagens (me fazendo sentir a antítese da mulher ao pensar nos dois míseros cremes - embora caaaaaaaaros!!! - que passo pra tirar umas manchas horrorosas do rosto. Isso porque um é pela manhã e o outro à noite!); os afazeres de casa (ela com uma super secretária e eu sem a minha Arlete, que me deixou por uma carteira assinada); as pessoas queridas que nos dão apoio, os projetos de trabalho, os presentes que damos e ganhamos... ou não...

Até que começamos a falar de imagem. Nossa imagem. Como nos vemos e como as pessoas nos vêem; e como essas duas visões são diferentes.

Somos pessoas públicas, embora a Lis esteja muito mais exposta como apresentadora do Programa do Parraro e promotora de sua marca de Bodies que leva seu nome. Eu fico mais nos bastidores como contato, mídia e planejamento da Briefing Publicidade. Mesmo assim, tanto eu quanto ela conhecemos Deus e o mundo, e a recíproca é verdadeira. Conversando, percebemos que a imagem de glamourosas e poderosas que as pessoas têm da gente difere muito do nosso dia-a-dia.

Por exemplo: hoje, em pleno Dia Internacional da Mulher, depois de um dia pesado no trabalho (contando com a TPM que me ronda essa semana), saí quase às 20 horas e tive primeiro que dar uma geral na casa (como disse, fui trocada por uma carteira assinada), fazer minha janta, arrumar de novo a cozinha, fazer uma máscara caseira de pepino e limão pra dar um help no combate às manchas do rosto (é... a Lis me inspirou), atender à um telefonema de cliente que gerou outros cinco pra resolver um problema que ele "esqueceu" de me dizer durante as 12 horas comerciais, retirar a máscara que a essa altura tinha lambrecado todo o celular, achar um arquivo pra terça cedo, limpar o celular, instalar um programa pra fazer uma surpresa especial para alguém especial, fazer o imposto de renda da minha mãe que ela "esqueceu" de fazer no fim de semana e resolveu que tinha que fazer hoje ou ia morrer, colocar roupa pra lavar, baixar músicas para o papai, achar uma receita de sabonete de água de arroz (tudo pra acabar com as famigeradas manchas)... ufa...

Aí, depois que consigo sentar pra começar o blog, recebo o telefonema de uma colega que trabalha em uma das empresas que atendo pedindo ingresso do show do Leoni... O pedido foi normal e, se tivesse, eu daria mesmo, mas o interessante foi o que ela falou; "Ei, Raquelzinha, tudo bem? Desculpe atrapalhar sua festa, mas você pode arrumar um ingresso blá blá blá..." Festa? Provavelmente ela ouviu o barulho da lavadora de roupas em sua última sequência de lavagem e deduziu que eu estava no maior rock'n roll!!!

Nem perdi meu tempo corrigindo a menina. Ela provavelmente ia dar aquele risinho cínico e mandar o indefectível "ah... sei... Você lavando roupa! Haha! Aposto que nem repete roupa!". É... já ouvi isso, apesar de saber que, se minha sainha preta fosse calça, ia sair andando por aí... Sem contar nos meus poás... Se eu perdesse uma bolinha por vez a cada "usada", as minhas roupas já seriam lisas há séculos!

Pois é, resumindo o blábláblá, é isso que me espanta. Como eu sou diferente do que acham que sou. Aí, parei e pensei o quanto perco com isso. Perco conselhos preciosos, perco pessoas compreensivas e empáticas, perco conversas incríveis ou mesmo apenas práticas.

Isso que percebi ao conversar com a Lis. Passamos pela mesma coisa! As pessoas a encontram na rua e perguntam como ela tira a maquiagem, o que ela faz para manter a forma, qual o critério que ela usa para montar o guarda-roupa, onde ela compra aqueles sapatos magníficos... Mas duvido que alguém pergunte a receita do bolo que ela fez questão de fazer para o marido; ou como que ela consegue preparar o almoço, respondendo ao msn e revisando as matérias do programa da noite...

Por isso esse blog. Para mostrar que mulheres normais estão por toda parte! Mesmo onde menos imaginamos!

E também para que essas mulheres possam dar dicas de um monte de coisas que fazem parte de um mundo real; possam mostrar que pensam coisas comuns a todas; têm dúvidas; inseguranças; certezas absolutas, enfim, são mulheres normais!

2 comentários:

Unknown disse...

ADorei a postagem, estavamos precisando de um Blog assim

Bjinhossss :)

Anônimo disse...

6 falam, hein... hauauuhuahua
Seu vizinho.

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