quarta-feira, 9 de março de 2011

Racionalizando Paixões

*por AR
Embora soe paradoxal, algumas pessoas em determinado ponto da vida, racionalizam suas paixões. Vocês podem dizer que muitos fazem isso, afinal, pessoas conseguem ganhar dinheiro com algo que gostam, por exemplo. É verdade... acontece bastante. Outras conseguem dosar exatamente a medida entre razão e emoção e vivem a vida inteira desta forma.
Parece até banal, mas o que ninguém para pra pensar é o preço cobrado.

Citando um exemplo: um pintor que começou a carreira como um hobbie, em algum momento da vida vai se cansar de todas aquelas tintas, telas e pincéis e vai querer distância. E, quanto mais dinheiro ganhar, mais aquilo vai deixar de ser uma paixão e vai se tornar uma obrigação, um peso. Ele provavelmente vai continuar pintando, para pelo menos manter o padrão de vida. Mas aquela sensação gostosa do início, de descobertas, de ter tempo para apreciar o que cada gota de tinta fazia surgir na tela, vai acabar. Não necessariamente a criatividade, mas certamente grande parte do prazer.
Outro exemplo? Por que existem tantos escritores de um título só? Ou com bloqueio criativo? Pressão. Obrigação. Falta de estímulo. Mas, pode perguntar: a enorme maioria destes autores escreviam até então por prazer. Utilizando seus talentos. Entregando-se de corpo e alma ao que estavam fazendo.

Resumindo muita coisa que eu poderia dizer também: ao racionalizar paixões você perde o mais importante neste processo: o prazer. E, ao perder este prazer, as coisas perdem o brilho, o gosto, a graça.

Isso não significa que essas pessoas não possam ser práticas, racionais, pés-no-chão. Muitas o são em vários aspectos. Paixão não é sinônimo de loucura, embora às vezes pareça. É sinônimo de fogo, intensidade, de vida!

Algumas pessoas são quase totalmente feitas de paixões. Seu diferencial está na coragem de vivê-las. De pagar o preço - muitas vezes salgado - para assumir seus desejos. Essas pessoas têm um brilho, uma aura diferente. Atraem e cativam tão somente por causa disso. Dentre todos, elas são as que menos podem racionalizar. Pois estas perdem muito mais. Perdem a essência. E, por mais que a memória nos ajude a lembrar de tempos em que a paixão comandava o cérebro dessas pessoas, chega uma hora fatal em que você simplesmente percebe o vazio. Percebe que a pessoa perdeu aquele it que a fazia especial, única, diferente. Percebe que ela não é mais interessante. Fica comum.

E pessoas comuns e sem graça a gente acha em qualquer lugar. Não precisa ir longe. Não vale a pena o esforço. São pessoas pelas quais não vale a pena lutar.

3 comentários:

Fábio Luis disse...

Otimo texto.
Uma vez uma pessoa comentando sobre paixão e amor, me fez a seguinte colocação: "Ame sem paixão, pois o amor é eterno e a paixão vai acabar um dia!" Pensando nisto, a intensidade da paixão de tão intensa ela se acaba, o que podemos fazer e o que acredito e levo pra mim como regra, é transformar nossas paixões em amores, pois paixão é fogo que se apaga e amor é a luz eterna que vai permanecer, e tudo que fazemos com amor, além de ser natural, é duradouro e continuo.

Continuem escrevendo mulheres, seus textos são otimos e reflexivos. Continuem escrevendo com AMOR.

Nós disse...

Concordo, Fábio, quando diz que a paixão é fogo e que o amor é eterno, mas um completa o outro.
É a paixão que dá o brilho e, por causa dela, as melhores loucuras são cometidas.
O amor é maravilhoso e a paixão o torna ainda melhor!!!

Obrigada pelo elogio e incentivo. Continuaremos a escrever com muito amor, mas também com todos os outros sentimentos... rsrs
Afinal, somos humanas e transbordamos emoções de todos os tipos!

Ana Raquel

P.S.: Pungente seu blog. Gostei muito!

Fábio Luis disse...

Ah sim, o importante é sabermos viver no meio deste turbilhão de sentimentos que é o ser humano. Aliás o que nos faz de especial é viver e sentir todos estes sentimentos.
Obrigado por visitar meu blog.
Beijos

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